segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A verdade congelada I.


A Verdade Congelada I.

Os mensaleiros...

ATENÇÃO: Se você tem problemas cardíacos, se sofre hipertensão, ou é menor de idade, NÃO prossiga com a leitura do Tema: A Verdade Congelada. São palavras FORTES, que podem impactá-lo.

Há algum tempo observo atentamente nos meios de comunicação o julgamento do mensalão (processo penal 470 STF), o qual envolve alguns empresários, lobistas e políticos da pior espécie (na média da maioria deles), que são acusados dentre outras coisas, de peculato (desvio ou mau uso do dinheiro público por aquele que o administra) e lavagem de dinheiro utilizando uma instituição financeira para ocultar a origem ilícita de uma determinada verba.

Todo o dinheiro que circula no país é de responsabilidade do Banco Central, você e eu somos apenas seus depositários, é por isso que temos que declarar anualmente em que utilizamos o dinheiro (qual foi a fonte original deste recurso e a finalidade dada).
Você e eu, amigo leitor, somos assalariados, ou seja, nossa única fonte de recebimento é o vinculo trabalhista, porém se você recebe outra renda deve declarar sua origem e onde você o investiu ou gastou.

Porque se lava dinheiro?

Algumas fontes de renda não são, digamos, declaráveis. Por exemplo, o tráfico de drogas ou o dinheiro da própria sonegação de impostos,  garante de forma ilícita, um lucro maior no final de seu balancete orçamentário.

A questão toda é: como vou gastar um dinheiro que nem deveria estar comigo?
Tenho que de alguma forma torná-lo licito “lavá-lo”, por manobras ainda mais ilícitas.
No noticiário aprendemos com os nossos políticos várias formas de realizar esta operação. Uma das mais praticadas é a doação a organizações sem fins lucrativos ou não governamentais. Elas, as ONG´s, não tem obrigação tributária para com o Banco Central, servindo muitas vezes como “lavanderia” para recursos espúrios.
Sempre posso dizer que doei determinado valor para caridade e deduzir do imposto de renda tal fração de alguns milhares de reais (dependendo de quanto for à doação). A ONG (que é de fachada e não vai aplicar aquele valor em obra social alguma) tem a possibilidade de emitir notas “frias” de prestação de serviço de uma empresa. Assim o dinheiro é lavado oficialmente e volta para mim com certa porcentagem para a ONG cascateira.
Eu sei, a Polícia também sabe. É tudo uma questão de tempo para que as ONG´s sejam objeto de investigação séria do Tesouro Nacional e sejam obrigadas a declarar faturamento anual, para desbaratar este cartel.   

No caso do mensalão a operação era bem mais simples: eles “trocavam” favorecimentos políticos por empréstimos que nunca seriam pagos as devidas instituições financeiras. Quem liberava o empréstimo sabia que o dinheiro não seria pago ao banco, e participava com o interesse declarado de favorecimento politico.

Pense bem: quanto se poderia ganhar com informações privilegiadas do mercado financeiro no período que precedeu a crise da bolha de 2008? Tráfico de influências, privilégios políticos, tudo financiado com dinheiro público lavado por meio de empréstimos que nunca seriam pagos, isto foi o mensalão.
Foi muito mais que a mera compra de votos legislativos para favorecimento do governo Lula. Além disso, foi criada uma rede nacional que visava obter lucro com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) através de privilégios na partilha das obras de infraestrutura (deflagrada muito depois pelo chamado mensalão do DEM), visando a compra não apenas de votos, mas acima de tudo, do silencio da oposição.

O sentimento de gratidão não deve de maneira nenhuma ocupar nossa mente nem devemos pensar que por que esta trama foi descoberta, outras redes de influência não estão ocorrendo neste momento nas reuniões que nunca participaremos. Ficamos felizes com a condenação de alguns poucos, mesmo com a ação tardia de alguns juízes do Supremo Tribunal Federal por punirem, com seus votos e suas condenações, a conduta vergonhosa dos nossos representantes quadrilheiros, mas não podemos fechar os olhos, pois isto é só o começo.

Agora, temos que levar em consideração que os desmandos da politica no Brasil são um reflexo da gestão financeira nada transparente com a qual somos obrigados a conviver. Delegamos a eles muito poder quando decidem as prioridades no nosso lugar.
Quando querem, exercem governança sobre nós.
Orçamentos milionários gastos de forma a privilegiar empreiteiras de amigos e parentes. Verbas destinadas a compras que não passam por análise prévia da população. Uma vez no poder, eles decidem, sem nos comunicar, o que fazer com o dinheiro que eu e você temos que declarar e fazer relatórios sem fim, correndo o risco de cair na malha fina.

É pelo menos desigual o que exigem de nós, comparado a quase independência de decisões sobre as prioridades dos políticos e seus apaniguados.
Você pode decidir se pagar o imposto é sua prioridade? Não!
Ele já vem embutido no preço final do produto, sendo sobre taxado em muitos momentos. Observe que estamos presos em uma cadeia retro alimentada, pois não podemos deixar de pagar por um serviço que não acontece e não temos autonomia de decidir por nós mesmos o que fazer.

Na próxima postagem teremos a continuação desse tema. 
Abordaremos os Mensaleiros..... da Fé! 
Acompanhe, são revelações inacreditáveis. É preciso coragem (e estômago)  para ler.
  

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